terça-feira, 1 de novembro de 2022

IDEOLOGIA - Eu quero uma pra viver

Faz tempo que não venho desabafar ou apresentar meus trabalhos... mas hoje, diante de tanta coisa que vi e ouvi, sentí essa necessidade...porque escrevendo aqui, me sinto livre, despida de discussões (embora possam existir em algum momento), como se estivesse escrevendo em meu diário como quando adolescente...porém um diário aberto ao mundo.

Acho que em muitos anos, não vi nenhuma manifestação política tão repleta de intolerância, raiva, julgamentos, egóica e tão repleta de fanatismos diversos. Muitos portando-se como torcedores fanáticos, atacando quem pensa diferente...e de ambos os lados da "torcida"...

Escrevi algumas vezes sobre empatia, amor, respeito, amizade...mas às vezes, penso que em vão. Porque percebo que postagens com palavras mais fortes, ofensivas e mesmo mentirosas, chamam mais a atenção do que palavras que saem verdadeiramente do coração. Já me senti "Poliana" um milhão de vezes, por ainda (embora um tanto triste) acreditar que o mundo pode sim ser um lugar melhor para se viver. Só depende mesmo de todos nós.

Nunca gostei e não gosto de me manifestar politicamente. Infelizmente por não acreditar na política (são homens, falhos como todo ser humano, que lá estão para atender a população, mas que no final das contas, atendem principalmente ao que lhes interessa, esquecendo completamente das necessidades da população em geral). Não sou alguém que "fica em cima do muro" ou "isentona" como, provocativamente algumas pessoas dizem...mas uma pessoa que, por respeito ao outro, educação e leveza no espírito, prefere não entrar em debates que normalmente levam a desentendimentos desnecessários. Boa parte das pessoas estão verdadeiramente adoecidas e, infelizmente, não conseguem debater de forma saudável, parecendo sempre precisar de palavras que ofendam e agridam ao outro.

Esquecem que não existem pessoas perfeitas, e que em um verdadeiro debate, uns aprendem com os outros, desde que se consiga ouvir outra opinião, ainda que diferente da sua própria. A pessoa que está aberta a entrar em um debate 'saudável', com bons argumentos e pré-disposição a ouvir, sempre sai com um novo conhecimento, uma nova ideia e mesmo uma boa reflexão. Sempre entra de um jeito e sai diferente. Já a que não consegue prosseguir num debate inteligente, sai do mesmo jeito; ou seja, não aprende nem agrega nada de novo. Porque se fecha em seu mundo particular.  

Achar-se maior do que o outro, e sentir-se sempre com a razão não permite novos aprendizados e nem a compreensão de outras vivências e pontos de vista. Humanos são falhos, todos! E o ego é um perigo!

Essas eleições, em minha opinião, só mostraram a fragilidade e necessidade de atenção do ser humano em aspectos variados, ao mesmo tempo que escancarou a falta de empatia e defasagem na educação de um modo geral.

Políticos não querem pessoas que pensam de verdade. Porque isso seria um perigo! 

A maioria das pessoas, pensa com a emoção, com o impulso, ou somente em sí. O mundo gira pela união de todos, não de forma solitária. E um povo unido, permanece unido. Poderosos se manterão no poder, incitarão a outros lutarem por eles, e no final das contas, continuarão poderosos, e até mesmo algumas vezes aliados, e só quem sofre é quem está abaixo ... quem brigou por eles, e jamais foi ou será reconhecido por simplesmente existir.

Escolhi colocar o título como ideologia, por me lembrar que a música de mesmo título, de Cazuza, diz muito sobre um período conturbado na nossa política. E ele, como tantos artistas da época (sonhadores, criativos, determinados e visionários) criaram letras que marcaram gerações e parecem fazer eco nos dias atuais.

Não sou exatamente uma fã do Cazuza, e sei que muitos o amam ou odeiam pelo seu modo de viver enquanto existiu, mas que ele foi um grande e inteligentíssimo compositor, isso ele foi. E merece todo mérito pelas grandes composições criadas.

Compartilho aqui um trecho do site "https://www.letras.mus.br/blog/significado-ideologia-cazuza/" que explica um pouco sobre esta música: 

"...Ele queria ao menos encontrar uma ideologia para continuar acreditando que valia a pena lutar por algo. Cazuza chegou a comentar, na época, que os jovens tinham batalhado tanto, mas agora se sentiam perdidos.  A música é dura, pesada, mas é genial fazer um contraponto dos ideais do passado com a situação medonha que todos estavam vivendo, sem nenhuma postura revolucionária.  Eles não queriam, mas, de repente, se viram diante de um Brasil apático e sem posicionamento. Uma letra honesta e que retrata uma geração arruinada em busca de uma ideologia pra viver."

Vejo nossa sociedade atual como à época da criação de Cazuza: diante de um Brasil apático, em uma situação medonha e repleta de hipocrisia. Não me sinto representada por nenhum dos atuais políticos, e muito menos obrigada a dar o meu voto em quem não confio, porque muitos quiseram "mais do mesmo", não mudaram quando poderiam (optando por novas opções), e repetiram uma situação que previsivelmente daria no que agora temos. 

Que este momento histórico sirva de exemplo e referência para que no futuro possamos pensar melhor, analisar sabiamente e escolher pessoas que realmente se preocupem com a sociedade num todo. 



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