domingo, 1 de outubro de 2023

HONRO MINHA ANCESTRALIDADE

Há algum tempo quero fazer uma homenagem à minha família, como forma de gratidão por estar aqui, e reconhecer a importância que ela exerce sobre minha vida. Comecei inclusive a fazer um estudo para criar uma árvore genealógica que quero deixar para as próximas gerações...já vi que não será simples, mas estou registrando e salvando tudo o que consigo para montar (o que deverá levar um bom tempo ainda).

Mas enfim; escrevi, reescrevi, quis publicar no mês das mães...deixei passar, e hoje resolvi, depois de muitos acontecimentos, lembranças e saudades...e pensei muito nas minhas avós.

Não sei explicar o porquê, mas o pensamento nelas veio muito forte, e junto, a vontade de colocar pra fora algumas palavras e sentimentos...e falar sobre ancestralidade.

Normalmente associam a palavra ancestralidade mais ao nosso lado materno, porém ao lembrar das minhas avós sentí que isso não necessariamente é só de um lado. Sinto que tenho em mim muito das duas, e essa coisa da ancestralidade bateu muito forte!.

Minha avó paterna não pude conhecer, pois ela se foi quando meu pai ainda era muito menino. Cresci ouvindo muito sobre ela e o quanto foi boa, gentil e carinhosa com todos. E somente pelos relatos, guardei um amor imenso por ela.

Minha avó materna, a Dona Euzébia, convivi boa parte da minha infância, mas por causa de conflitos familiares, nos afastamos e tomei dores que não eram minhas, guardando por ela muita mágoa e rancor. Talvez imaturidade, talvez pura ignorância minha...

Depois de alguns anos e aprendizados, tive a possibilidade de pedir perdão e escutar dela a aprovação ao meu pedido...infelizmente dentro de um leito de hospital...

Ela foi uma mulher que sofreu muito, e por inúmeras razões, porém se manteve sempre firme, forte e determinada, nunca dependendo de ninguém. Sempre ajudou suas filhas como pôde e seus netos...de várias maneiras. E talvez pelo sofrimento e dores que viveu, muitas vezes se mostrava dura.

Hoje, depois de mais velha, mais experiente, e com meu filho, percebo o quanto falhei, mas também o quanto cresci e aprendi.

Dela agora, guardo somente o melhor, pois consegui lembrar o lado bom que minha mágoa cegou por tanto tempo. Lembro da minha avó sempre carinhosa comigo e meu irmão; querendo agradar, querendo proteger. Lembro dos seus doces, das idas a Lapa de Baixo, dos seus "dindins", das cocadas, do cuscuz ... da comida dela. Consigo sentir até o cheiro! O rádio pela manhã religiosamente escutando 'Zé Bétio', acompanhada de seu cachimbo, rs.

Hoje percebo que mesmo sem a convivência com elas, sinto ter muito delas em mim. E sou imensamente grata por isso! Duas mulheres de grande coração e generosidade, coragem e determinação.

E ambas deixaram marcas delas em meus pais, que são minha base, minha força e inspiração, ainda que eu não fale ou demonstre muito. Hoje quero apenas agradecer e deixar registrado meu amor pelos meus pais e por essas duas mulheres que me deixaram como herança o caráter, a honestidade, a força, a determinação, a bondade, e tantas coisas boas que nenhum dinheiro no mundo é capaz de comprar!

Eu sinto muito por não ter a oportunidade de conviver com vocês como eu gostaria; me perdoem (especialmente minha avó Euzébia) por eu não lhe valorizar como deveria quando pude e não entender muita coisa quando mais nova; sou profundamente grata por saber que tenho em mim o DNA e muito de vocês e, mesmo que já não estejam mais aqui fisicamente, eu as amo de todo o meu coração! OBRIGADA!

Também aproveito para pedir a você que está lendo aqui, que não alimente mágoa, tristeza, rancor...por que o mundo dá tantas voltas, e nos ensina muito  se estivermos dispostos a aprender. Nunca é tarde para se tornar um ser humano melhor.

Não estou fazendo papel de coach, nem tão menos pregando positividade (até porque eu mesma falho muito, julgo e me chateio. Só tento me policiar mais para não ser injusta com ninguém e errar menos cada vez mais) me esforçando como consigo para tentar ajudar outras pessoas a usarem o poder do perdão , levando a vida de forma mais leve e, quem sabe, conseguindo todos viver em um mundo melhor. 

Talvez o texto terminou meio bagunçado, mas acho que consegui passar minha mensagem!  Beijo grande e boa semana a todos!

Aqui fiz uma montagem com uma imagem minha criança
olhando pra minha avó um pouco mais distante; a frente, eu já adulta
ao lado dela quando ela já estava mais debilitada. Ao fundo usei da imagem
de um Baobá, árvore típica da África, que carrega uma simbologia muito 
bonita relacionada à ancestralidade e à vida, e acho que dá pra associar conosco!


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